O que você precisa saber antes de dar o primeiro passo ao investir em empresas de tecnologia?

Conheça os principais riscos desse mercado e os indicadores que devem ser avaliados para investir em inovação de forma assertiva
Segundo o Sebrae, em 2024, as empresas de tecnologia representavam 2,4% do total de negócios formais no Brasil. Dentro do universo dos investimentos, esse nicho atrai cada vez mais atenção, apresentando, em muitos casos, boas oportunidades de crescimento. No entanto, há também desafios significativos ligados a esse mercado, como a alta volatilidade e a rápida obsolescência dos produtos.
De pequenos negócios e startups inovadoras a companhias gigantes como a Apple (AAPL34), a Microsoft (MSFT34) e a Amazon (AMZO34), as empresas de tecnologia estão protagonizando uma onda de inovações que tem redefinido a forma como vivemos, consumimos e trabalhamos. Soma-se a isso a maior facilidade de acesso à Bolsa de Valores (B3) por meio da popularização das plataformas digitais, o que colaborou para que ações do setor passassem a ocupar uma parte significativa da carteira de muitos investidores brasileiros.
Nesse contexto, antes de começar a aplicar o seu patrimônio no segmento, é preciso fazer uma avaliação cuidadosa. Neste artigo, vamos explorar os principais fatores a serem considerados, além de riscos e de oportunidades que tendem a se destacar nesse mercado.
Este conteúdo não é uma recomendação de investimento.
Por que investir em tecnologia se tornou tão importante?
Com o mundo hiperdigitalizado e com a inteligência artificial (IA) sendo desenvolvida em ritmo galopante, os benefícios das novas tecnologias se tornam cada vez mais evidentes. As soluções vão de maior eficiência operacional via softwares a maior satisfação do cliente via CRM (Customer Relationship Management). a expansão do big data também é relevante, pois permite que grandes volumes de dados sejam analisados para decisões mais seguras.
Nesse cenário, prevê-se que companhias globais e consolidadas, como a Meta e o Google, irão investir cerca de US$ 320 bilhões em 2025 em IA. E os resultados tendem a ser aproveitados, principalmente, por setores da economia, como o varejo, a automação e a saúde.
Investidores que se posicionam antecipadamente no mercado de tecnologias que são a vanguarda da inovação podem ser fortemente recompensados, como foi o caso de quem aplicou na AAPL34 e na AMZO34 nos anos 2000. Outro ponto positivo é a possibilidade de exposição global. Por exemplo, investidores brasileiros que se colocam no mercado big tech ou que, até mesmo a partir de pequenos negócios de tecnologia, conseguem diversificar sua carteira com ativos conectados com mercados externos. Isso reduz riscos locais e abre janelas de oportunidade internacionais.
Principais riscos de investir em tecnologia
Mesmo oferecendo inúmeros aspectos positivos, o setor também traz consigo grandes desafios. Por exemplo, os indicadores de resultado que sustentam as empresas do ramo tendem a ser muito voláteis, uma vez que estão expostos a muitas variáveis. Se um alto executivo de uma big tech se envolve em alguma polêmica repercutida na mídia, isso tende a afetar diretamente o relatório periódico da empresa e a confiança do mercado diante dela.
Além disso, a grande concorrência do setor também contribui para que, em poucos segundos, haja mudanças bruscas nos preços e volumes das ações. Afinal, há uma competição a nível global para a entrega de produtos e de serviços disruptivos. Gigantes como Tesla (TSLA34) e Amazon (AMZO34) já tiveram quedas de mais de 30% em pouco tempo, mesmo sendo líderes.
A instabilidade regulatória é outra vilã nesse cenário, já que a adaptação e a reação a novas realidades são graduais e imprevisíveis, como ocorre no caso do mercado de criptomoedas. Por último, há o fato de que as tecnologias envelhecem rapidamente hoje, pois há muita concorrência no mercado. A obsolescência faz com que as empresas tenham que reinvestir constantemente em pesquisa e desenvolvimento.
O que observar antes de investir
Para tomar decisões conscientes e assertivas, o ideal é desenvolver um olhar crítico sobre o setor, unindo o acúmulo de conhecimento com um acompanhamento contínuo dos dados financeiros disponíveis. Misturar a análise técnica e a análise fundamentalista pode ajudar o investidor a encontrar boas oportunidades, por exemplo. Porém, para além disso, avaliar os principais indicadores das empresas de tecnologia em que se deseja investir é fundamental. São eles:
- Lucro por ação (LPA): indicador fundamentalista que calcula o lucro líquido da empresa dividido pelo número de ações em circulação. Serve para indicar quão lucrativa é a empresa.
- Preço sobre lucro ou Price-to-Earnings Ratio (P/L): compara o preço por ação com o lucro por ação. Diz quanto o mercado está disposto a pagar pelo lucro da empresa.
- Crescimento da receita: mede a variação percentual na receita total da empresa em relação a um período anterior. Ajuda a avaliar o desempenho financeiro.
- Margem operacional: divide o lucro operacional pela receita bruta em determinado período. Funciona como um indicador de eficiência da companhia.
- Valuation: seu cálculo envolve outros indicadores, como P/L, dividend yield, preço por ação e EV/EBITDA. Na análise fundamentalista, funciona como uma importante forma de avaliação das empresas.
Além disso, é essencial observar como a empresa está posicionada no mercado. A Nvidia, por exemplo, tem propriedade sobre o tipo de chip que produz, ou seja, possui a patente dele. Isso a coloca em vantagem estratégica diante da concorrência e traz mais segurança para seus acionistas.
Algumas fontes consultadas: