Abertura do Mercado Livre em 2027: o que esperar dessa transformação no setor elétrico

Uma mudança histórica que promete ampliar a concorrência, reduzir custos e transformar a relação dos brasileiros com o consumo de energia
A abertura total do mercado livre de energia, marcada para 1º de dezembro de 2027, inaugura uma nova fase para o setor elétrico brasileiro. Estabelecida pela Medida Provisória 1.300/2025, essa mudança permitirá que todos os consumidores, inclusive residenciais, escolham seu fornecedor de energia, deixando para trás o modelo em que apenas as distribuidoras locais podem vender eletricidade ao consumidor final.
A flexibilização segue o exemplo de países que já consolidaram mercados mais competitivos, como Alemanha e Reino Unido, onde consumidores têm liberdade para definir com quem desejam contratar energia e quais condições se encaixam melhor em seus perfis.
No Mercado Livre de Energia, o cliente pode negociar preços, prazos e volumes diretamente com geradores e comercializadoras, inclusive escolhendo a fonte da energia (solar, eólica, hídrica ou outras opções renováveis). Já no mercado cativo, o consumidor é obrigado a seguir tarifas reguladas e não tem possibilidade de negociação.
Quem já tem acesso e como será o cronograma completo até 2027
Desde janeiro de 2024, todos os consumidores de média e alta tensão (Grupo A) podem migrar para o ambiente livre, independente da demanda contratada. Esse movimento impulsionou a entrada de milhares de novas unidades consumidoras, fortalecendo a dinâmica competitiva entre comercializadoras. O avanço continuará seguindo etapas planejadas:
- 1º de agosto de 2026: indústrias e comércios conectados em baixa tensão poderão ingressar no mercado livre.
- 1º de dezembro de 2027: abertura completa para todos os consumidores de baixa tensão, incluindo residências, pequenos negócios e condomínios.
Embora o cronograma esteja definido pelo Ministério de Minas e Energia, ele ainda pode receber ajustes durante a tramitação da Medida Provisória no Congresso Nacional. Mesmo assim, especialistas consideram provável que a abertura total seja mantida, dada a tendência global de liberalização do setor.
Motivações da abertura e quem será beneficiado com a nova política
A abertura total do mercado livre tem dois pilares principais: liberdade de escolha e aumento da competitividade. Com mais empresas disputando clientes, espera-se que os preços se tornem mais atrativos e que novas soluções tecnológicas e sustentáveis ganhem espaço. Os principais beneficiados serão:
- Pequenas e médias empresas, que poderão reduzir custos operacionais, tornando-se mais competitivas em seus segmentos.
- Consumidores residenciais que, pela primeira vez, terão autonomia para escolher fornecedores, negociar condições e optar por energia de fontes renováveis.
Vantagens e como se preparar para migrar com segurança
Entre os benefícios mais atrativos do mercado livre estão a economia potencial de até 30% na conta de energia, a possibilidade de contratos personalizados e o acesso facilitado a energia 100% renovável. Entretanto, esse modelo também exige mais planejamento. O consumidor precisa prever seu uso de energia com maior precisão, já que oscilações podem gerar custos extras.
Outro ponto importante é a escolha da comercializadora. Empresas com histórico sólido e suporte técnico eficiente são essenciais para garantir segurança e evitar problemas contratuais. Para se preparar para 2027, recomenda-se:
- Estudar seu perfil de consumo.
- Buscar consultorias ou plataformas de simulação.
- Comparar ofertas e entender cláusulas contratuais.
- Avaliar oportunidades em energia renovável e soluções de eficiência.
